17 de março de 2014

Imprensa: Maysa ganha 50 mil cruzeiros por dia - Revista do Rádio, 1958


Maysa ganha 50 mil cruzeiros por dia


Texto de MAX GOLD – Fotos de HÉLIO BRITO

Há poucos dias os jornais noticiaram que Maysa iria ganhar uma fortuna por uma série de exibições no norte. A cantora, em entrevista à REVISTA DO RÁDIO, tudo confirma.
-         Fui contratada pelos empresários Carlos Silva e Ribamar e Ribamar Rosa para uma excursão de 14 dias, que começará em Manaus, e terminará em Salvador. Receberei, livre de qualquer despesa de passagens e hospedagens em hotel de primeira classe, a importância de meio milhão de cruzeiros.
-         Quantas atuações diárias?
-         Duas por dia e há uma cláusula, que obrigo em todos os meus contratos: não me apresento em praça pública nem em cinema. Estou atualmente cobrando por minhas apresentações fora do Rio, 50 mil cruzeiros diários e posso dizer com satisfação que os empresários tem pago e tido lucro.
-         Vai se apresentar fora do Brasil?
-         Tenho duas propostas da Argentina, para fazer teatro, rádio, boate, televisão, durante um mês. Respondi pedindo um milhão de cruzeiros e estou aguardando a resposta de quem se manifestar primeiro para assinar o contrato. Reservei o mês de maio para os meus programas na Rádio e TV-Record e a gravação de um LP na RGE, que se chamará “Maysa ao redor do mundo”, em que cantarei em várias línguas. Em junho farei televisão em Belo Horizonte. Em julho viajarei pelo interior de São Paulo e possivelmente em agosto ou setembro irei à Europa, para atuar em Portugal ou na França.
A conversa tem lugar no aeroporto Santos Dumont, enquanto Maysa espera a chamada para tomar o avião para São Paulo. Ela aproveita, compra um brinquedo para o filho e uma flâmula do Botafogo, seu clube do coração. Aproveitamos e indagamos quanto ela está recebendo da Record.
-         Cem mil cruzeiros por quatro audições por mês, conjugadas de rádio e televisão. Meu programa que era realizado no auditório “pullman” da Record passou agora a ser feito no estúdio da televisão junto do aeroporto de Congonhas, sem a presença do público.
-         Quem cuida de seus contratos?
-         Meu secretário, Hélio Capalbo, e meu advogado, dr. Orlando Bulcão Viana.
-         Como foi sua temporada em boate?
-         Muito boa. A última, na boate “La Boheme”, durou mais de um mês e eu recebia 15 mil cruzeiros diários. Vou muito bem, igualmente, de direitos autorais: o último trimestre rendeu 200 mil cruzeiros.
-         E o que tem feito com o dinheiro que ganha?
-         Parte é dedicada às obras de caridade e outra parte eu utilizo nos meus gastos. Sou dona de um apartamento em Botafogo e estou comprando um outro bem grande em Copacabana, para morar, pois resido em apartamento alugado.




(Matéria publicada originalmente na REVISTA DO RÁDIO, em 1958)

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