Série:
Decifrando Maysa (parte 1)
Antes de tudo, gostaria de explicar o propósito e minha visão sobre esta série que começa nesta postagem. A série Decifrando Maysa, vem com o objetivo ousado de tentar ao máximo desvendar e explicar as ações interiores que moviam o ser humano Maysa de uma forma verdadeira – sem ilusões, fantasias ou meias-verdades – espero que com isto, todos nós possamos refletir e conhecer mais desta mulher extraordinária.
A série é escrita sob a minha ótica – que pode não ser a mesma que a sua – mas procura sempre enxergar Maysa de uma forma mais sensível, sincera e compreensível. Afinal, todos têm o direito de achar o que melhor lhes parecer. Mas somente com um olhar mais humano e desprovido de preconceitos poderemos enxergar o Eu de Maysa. (comentários e opiniões são sempre muito bem vindos!)
Parte 1 – Turbilhão de emoções
Maysa era um turbilhão de emoções. Só isso já sintetiza boa parte do venho a falar. Mas, qual o porque de tanta intensidade? É sobre o que vamos falar. Primeiramente – Maysa era muito inteligente – não só musical, ou intelectualmente. Tinha uma inteligência especial, emocional e psicológica. Desde criança, Maysa já tinha em mente as mesmas convicções de amor e liberdade que seriam sua bandeira por toda a vida, tanto é que não suportou o ambiente frio, opressor e sombrio do colégio interno durante a infância. Além das freiras francesas estarem a deixando louca como ela mesmo dizia, não suportava o distanciamento de sua família, pois sempre conservou o amor e o carinho dentro de si, e talvez viesse disto a grande carência que sentiu ao longo da vida.
Ela nunca superou o trauma do internato, talvez, tenha sido um dos primeiros de sua vida. De repente, em pouco tempo, a adolescente espevitada, atrevida e namoradeira se viu presa pelos grilhões de um casamento aristocrático. Parecia que do dia para a noite aquela garota de apenas 17 anos havia perdido um de seus bens mais preciosos – a liberdade. Maysa era também muito impulsiva, ás vezes cometia atos que não eram passíveis de volta, mas a ela pouca importava pois também era muito decidida e geniosa, não permitia que ninguém interferisse em suas crenças e jamais abandonou suas convicções.
Neste exato momento a música surge na vida de Maysa como uma válvula de escape para as angústias e agonias que ecoavam dentro do seu ser, mas a música não surge na vida de Maysa durante seu casamento, e sim, muito antes, mas naquele momento suas letras nos dão nitidamente o tom do desespero e da infelicidade que permeavam sua vida. Ela literalmente explodia em forma de música. Pois então ela resolveu partir, abandonar um casamento aristocrático em plena 1958 era um ato execrável, armada com altas doses de coragem e idealismo ela enfrentou e resistiu bravamente a uma sociedade hipócrita e muito preconceituosa que não demorou a apedreja-la em forma de letra. O comportamento moderno e avançado de Maysa era tido como errático e libidinoso, achincalharam-na o quanto pôde.
A história de Maysa também é permeada por um sentimento enorme de coragem emanado pelo seu ser, sem isso, jamais saberíamos quem foi Maysa Figueira Monjardim. Dona de um temperamento instável, Maysa era uma mulher de personalidade fortíssima, irreverente, moderna. Realmente muito avançada para a época. Maysa era um verdadeiro vulcão, com um temperamento pronto para explodir a qualquer momento. Todos os amigos, familiares e contemporâneos a descrevem como uma mulher linda, simpática, autêntica, sincera e verdadeira. Dona de um magnetismo pessoal que atraia e até assustava as platéias (dois olhos verdes hipnóticos). Independente e liberta de preconceitos, detestava ilusões, convenções sociais ou modismos idiotas. É disto que se criou sua fama de agressiva, quando isto não passava apenas de um mecanismo de defesa. Mas apesar de ter-se construído à sua volta, a imagem de uma mulher forte, dura e agressiva, a verdade é que Maysa estava prestes a desabar a qualquer momento. Ela era muito insegura, frágil, sensível e sonhadora (como todo grande romântico). Mulher de buscas incessantes, talvez tenha sido em nome destas, que Maysa empreendeu tão longas viagens ao redor do mundo, certamente buscando algo que preenchesse seu interior, que respondesse ao chamado incessante de sua alma. Maysa buscou paz, amor, afeto, algo que preenchesse seu imenso coração e calam-se os gritos incessantes de sua alma.
Mesmo com todos os trágicos sofrimentos lhe impostos pela vida, ela lutou por seus ideais até o último de seus dias. Subsistiu a tudo e todos. Acho até que Maysa sofreu todas as dores que um ser humano pode sofrer, mas jamais esmiuçou diante delas. A cada dor, uma nova ressurreição. E por isso existiram várias Maysas nascidas de uma só mulher. Maysa tinha uma imensa vontade de viver – e viveu – levou a vida com a maior intensidade possível, a centenas de quilômetros por hora. Era uma mulher dominada e conduzida pelos sentimentos, deles fez sua vida e sua música. Certa vez confessou ao diário: “Há gritos incríveis dentro de mim que me povoam da mais imensa solidão.” e é verdade. Maysa morreu na mais absoluta solidão – no crepúsculo da tarde, sozinha, solitária, a mil por hora. O futuro respondeu a Maysa – tudo valeu a pena – como ela mesma disse “Tudo valeu pra burro!”
Ótima análise, muito feliz a idéia dessa nova série de postagens pra tentar encontrar a Maysa por dentro. Continue que está muito bom. A escrita está num auge mais elevado também.
ResponderExcluirBom trabalho!
Linda anpalse, Vitor. Que ótima ideia de criar uma série mais que especial para nossa musa Maysa.... E pode ter certeza que as suas conclusões sobre ela são , também, nossas conclusões.....
ResponderExcluirDivino
bjossssss
Ei, vitor eu quis dizer linda análise, tá? agora q eu vi q coloquei esta palavra esdrúxula... rsrsrs
ResponderExcluirE mais uma vez amei amei a iniciativaaaaaa......
bjossssss
Obrigadoo gente!!!
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