16 de novembro de 2012

Imprensa: Maysa e Caubi marcados pelo destino - Revista do Rádio (1958)


Maysa e Caubi marcados pelo destino...


Texto de Borelli Filho · Fotos de Percílio

Eles têm muito em comum. A começar pela idade, que é quase a mesma, indo até as circunstâncias em que alcançaram indiscutível popularidade. Caubi fez o seu nome quase num abrir e fechar de olhos, projetando-se sensacionalmente após os êxitos dos seus primeiros discos. O mesmo aconteceu à Maysa: fez e cantou melodias que logo se converteram em sucessos. Daí por diante, praticamente juntos, ela e ele chegaram ao estrelato. E porque isso aconteceu, ao mesmo tempo foram marcados pelo destino. Não puderam fugir ao aspecto negativo que acompanha todos os vitoriosos, especialmente àqueles que alcançam sucesso em tão pouco tempo. Falam de um e de outro: nunca tantos se preocuparam com tão poucos. Caubi é vítima das calúnias, Maysa é marcada pelos comentários maldosos. Dir-se-ia que é moda falar-se dos dois artistas. Fruto, naturalmente, da evidência que conquistaram.
Um e outro (eles próprios já o confessaram) têm experimentado o sabor amargo das notícias desairosas. Sofreram na marcação impiedosa dos que nada perdoam aos vitoriosos. Tem, agora, uma resistência maior a tudo isso. Mas, ainda não pagaram ao destino o “pecado” de sua popularidade.
Talvez, unidos pelo sofrimento comum (porque os ídolos também sofrem, a par das emoções felizes vividas com os fãs) é que Maysa e Caubi sejam tão amigos. Sabem que ainda não passaram por tudo, que muito lhes falta para fugir à marcação do destino – que é, afinal, o próprio público, representado numa parcela que nada perdoa. Resistiram, e mais do que nunca, lutando contra tudo e contra todos os tabus. Desta vez para a luta que ainda não terminou – mas que os fará vitoriosos.
- Nem a maledicência, nem as calúnias nos farão voltar atrás (dizem, a uma só voz). O destino que nos marcou seguirá o seu caminho, amanhã melhor do que hoje.




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