Maysa no Olympia de Paris
A artistas que tem a sorte ou o talento de ressurgirem do nada, Maysa era uma pessoa desse tipo. Como no tema da fênix grega, que ressurge das próprias cinzas, uma gloriosa Maysa reaparecia surpreendente depois de uma longa ausência.
Ao sair do Brasil no fim de 1962, em uma situação delicada, atacada pela mídia e magoada com a imprensa, só se soube dela novamente meses depois, quando foi anunciado que estava fazendo uma temporada de sucesso no Cassino Estoril de Lisboa, acompanhada do pianista Pedrinho Mattar. Indo a Paris {a passeio, logo lhe organizaram um recital no Olympia, promovido pela Rádio Europa Nº 1, em benefício da Associação Soutien Confraternel dês Journalistes. Seria para este episódio histórico que a revista Fatos & Fotos abrira matéria de quatro páginas em fevereiro de 1963 para anunciar a conquista meteórica de Paris por Maysa, tratada como uma diva internacional ela ressurgia das cinzas como a fênix grega.
Não se tratava apenas de uma apresentação qualquer, realmente era um feito histórico para uma cantora brasileira se apresentar na mítica casa de espetáculos parisiense, um dos maiores Music-Hall do mundo, considerado o templo máximo da canção francesa e palco de estrelas gigantes como Edith Piaf, Dalida, Gilbert Bécoud, Charles Aznavour e Johnny Halliday.
Em Paris, ela enfrentou 15 graus abaixo de zero no rigoroso inverno europeu. Seria apenas uma única apresentação, uma única noite que ficaria registrada para sempre na carreira da cantora. Naquela noite ela enfrentou uma casa lotada por um público tedioso de corsos que só estavam ali para a apresentação do também corso, cantor Tino Rossi no qual o recital de Maysa foi encaixado. Ela enfrentou burocráticos aplausos da platéia durante seus nove números quando no final preparou uma surpresa que consagraria sua apresentação.
Acompanhada da orquestra do cantor e compositor Jacques Brel, que havia feito questão de lhe emprestar os seus músicos ao observar a dificuldade de Maysa com os músicos do Olympia que a acompanhariam nos números de bossa nova e samba, ela reservou para o fim do recital um número de "Ne Me Quitte Pas", do mesmo Jacques Brel. Foi um sucesso estrondoso, aplaudida de pé por mais de cinco minutos, Maysa voltaria ao palco do Olympia mais três vezes para repetir a canção e retribuir os aplausos do público.
Bastou apenas esse feito grandioso, para que nos próximos dias já circulassem pelos jornais parisienses as mais diversas notícias sobre o recital e a carreira de Maysa. A fértil imprensa francesa logo fez divulgar notas curiosas como a do vespertino Paris-Presse: ‘A fortuna do seu marido, Sr. Matarazzo, segundo se diz, representa dez vezes a dos Rockfeller’. Outro periódico a identificava como a Edith Piaf sul-americana, por causa de sua voz e a vida movimentada. O L’Aurore, impunha: ‘É a imperatriz da Bossa Nova.’
Com toda essa publicidade ao seu redor, não demorou muito para Maysa ser chamada à se apresentar na televisão francesa para cantar "Ne Me Quitte Pas". A famosa gravadora parisiense Barclay também já anunciava o lançamento de seu disco pela casa. O famoso álbum francês jamais seria lançado no Brasil.
É esta a nossa Maysa, marcada por desmoronamentos e ressurgimentos gloriosos. À todos ela deixou claramente imprenso nos versos de "Meu Mundo Caiu": ‘Se meu mundo caiu, eu que aprenda á levantar.’
Maysa se apresenta no Olympia de Paris: Um feito inédito e histórico para uma cantora brasileira.
A imprensa parisiense logo impunha: ‘É a imperatriz da Bossa Nova’.
Texto magnífico.....,Maysa era maravilhosa,e continua sendo....,é a melhor.....VIVA MAYSA!
ResponderExcluirMeeeeeeu Deus que post perfeito,que foto é essa última? Morri demais,muito!
ResponderExcluirViajei lendo tudo isso,que lindo!
A Maysa é demais,nossa..ela me dá muito orgulho e muitas,mas muitas alegrias!
Linda,talentosa,maravilhosa,amo demais ♥
Blog sensacional como sempre!
Bjos meninos,vcs arrasam!
Muito obrigada Kyo e Biazinha!
ResponderExcluirMaysa maravilhosa sempre, em tudo, com todos!
Sem dúvidas, magnífica!! Passa um filme na memória...sempre Maysa!
ResponderExcluirfotos lindas!!! amo esse 3 amosse blog
ResponderExcluirQue linda! Amei esse post! Eu nunca tinha visto fotos da Maysa, a original, no Olympia. E tinha muita vontade de ver! Obrigada =D
ResponderExcluirAdorei as fotos e tudo o mais!
ResponderExcluirNão deixem nunca de nos surpreender, assim como ELA!
Muito, muito obrigado mesmo á todos gente!! Kyo, Bia, Icaro, Lais, Eliana...É muito gratificante ver o nosso trabalho reconhecido pelos fãs da Maysa.
ResponderExcluirAs fotos realmente são muito lindas e originais da época. Na segunda foto é ela na apresentação original no Olympia!
Beijos á todos.
Realmente maravilhoso. Mas na verdade não foi "um feito inédito para uma cantora brasileira". Marlene foi a primeira brasileira a se apresentar no Olympia, em Paris. Foi convidada, inclusive, por Edith Piaf, quando esta esteve no Brasil em 1957. O show ficou em cartaz cerca de quatro meses, entre 1957 e 1958.
ResponderExcluirSim, realmente! Não desmereço as apresentações de Marlene. Mas isso continua sendo um feito inédito para qualquer brasileira - ou não! Tanto, que o foi para Maysa, Elis Regina e a própria Marlene.
ResponderExcluirSim, não devemos retira o mérito de Malene, mas, em minha opinião, Maysa foi, é e sempre será a melhor cantora de samba-canção do Brasil. Ela é demais!!!
ResponderExcluirinteressante o resgate, porém a informação de que foi acompanhada da orquestra do cantor e compositor Jacques Brel está equivocada. O grupo que acompanhou Maysa no Olympia foi o grupo formado pelo Baterista Ney de Castro e o Dudu do Banjo (que atualmente vive em Florianópolis)
ResponderExcluirAo menos a primeira apresentação dela no Olympia foi com os músicos acima que já estavam em atividade em Paris com o grupo que incluía também a cantora Yuyú da Silva
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