7 de setembro de 2010

Coluna: Disco da semana


Maysa é Maysa...É Maysa, é Maysa!


Gravadora: RGE – XRLP 5068
Ano: 1959
Faixas:
1- Só Deus (Jair Amorim / Evaldo Gouveia)
2- O Que é Que Falta? (Daisy Amaral)
3- A Felicidade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
4- Hino Ao Amor (L’Hymne a L’Amour) (Edith Piaf / Marguerite Monnot / Vrs: Odair Marsano)
5- E Daí? (Miguel Gustavo)
6- Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá / Antônio Maria)
7- Viver em Paz (Dalton Vogeler)
8- Eu Sei Que Vou Te Amar (Tom Jobim Vinicius de Moraes)
9- A Noite de Nós Dois (Fernando César / Otelo Zuccolo)
10- Castigo (Dolores Duran)
11- Pela Rua (Ribamar / Dolores Duran)
12- Recado (Djalma Ferreira / Luiz Antônio)

Análise:
Maysa estava de férias na capital francesa, quando a RGE lançou no Brasil um de seus melhores discos: Maysa é Maysa...é Maysa, É Maysa!. O disco de título incomum e exagerado, era recheado de grandes e eternos sucessos como “Manhã de Carnaval”, clássico tema de Orfeu Negro, a produção franco-brasileira que naquele ano ganhara o Oscar de melhor filme estrangeiro e a Palma de Ouro no Festival de Cannes. No LP de capa sombria, pela primeira vez, não havia nenhuma composição de Maysa em disco, devido a viagem da cantora, o acabou não recebendo a divulgação necessária, apesar de ter arrancado elogios rasgados da crítica e ótimas posições nas paradas de sucesso.

Maysa é Maysa...É Maysa, é Maysa! É um disco maravilhoso pelo todo, carregado de grandes sucessos que nós reconhecemos como clássicos da MPB. O disco tinha uma atmosfera noturna e diferente dos trabalhos anteriores, carregado de sambas-canções passionais com tom dramático, como “O Que é Que Falta?” de Daisy Amaral, e “Só Deus” de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, composição feita especialmente para Maysa. Há uma sussurrante Maysa nos versos de “Viver em Paz”: “Viver em paz e nunca mais no amor pensar / vou procurar na solidão tranquilizar meu coração”. A música feita em tom de desabafo era uma das mais bonitas do LP.

Outros pontos altos eram “A Felicidade”, um dos maiores clássicos da dupla Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que também integrava a trilha sonora de Orfeu Negro; da mesma dupla havia também um dos maiores clássicos da MPB: “Eu Sei Que Vou Te Amar”, a eterna canção que cristaliza o sofrimento do amor eterno, tem na voz de Maysa uma de suas melhores interpretações. Não há como não comentar sua versão para a imortal "L’Hymne à L’Amour" ("Hino ao Amor") da francesa Edith Piaf, que Maysa gravou em português numa versão de Odair Marsano, não menos emocionante.

A cantora também fez questão de incluir duas canções da amiga Dolores Duran no disco: “Castigo” e “Pela Rua”, a última era uma parceria de Dolores com o pianista Ribamar, de quem Maysa já havia gravado uma canção – “E a Chuva Parou”, no histórico Convite para ouvir Maysa Nº2, ela desafoga suas mágoas e tristezas nas duas fortes interpretações para as canções de Dolores. No álbum, Maysa incluiu também a irresistível “A Noite de Nós Dois” de Fernando César em parceria com Otelo Zuccolo. 

Porém, contrariando todos os grandes êxitos do álbum, uma de suas músicas mais executadas nas rádios foi o sambinha teleco-teco “Recado” de Djalma Ferreira e Luiz Antônio. O álbum Maysa é Maysa...É Maysa, é Maysa! fez longa carreira como seus LP’s antecessores, figurando logo na lista dos cinco discos mais vendidos logo após seu lançamento, segundo o jornal O Globo.

5 comentários:

  1. "...A feliciade é como pluma que o vento vai levando pelo ar..."
    Este disco é uma pedra daquelas bem preciosa...
    O repetório foi escolhido a dedo e não há quem não se encante com as canções cantadas por Maysa neste LP....
    Maysa é Maysa,... é poetisa, é artista!!...

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  2. Gente, eu tava vendo um link loga abaixo assim: Waleska rainha da fossa.... Cliquei e a página não tá entrando.
    Não entendi. Este titulo de "Rainha da Fossa" não foi dado à Maysa?
    bjossss

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  3. Rafa,
    a página tá entrando sim, tem certeza que de clicou certo?! Bom, Waleska além de excelente cantora era amissíssima de Maysa, por causa do estilo musical que interpretava e por se apresentar constantemente na Boate Fossa em Copacabana, esse foi o título que mais marcou sua carreira. Maysa era totalmente avessa à rótulos, ela detestava isso, mas também foi inúmeras vezes tida como Rainha da Fossa ou Deusa do Samba-Canção, embora nenhum título dado a ela seja perpétuo.

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  4. Estou tentando resolver o problema dos downloads. Por favor, aguardem.

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