Amalfi desenhou os modelos que Maysa veste nos programas que
estão sendo gravados em vídeo tape. Aqui, ela explica porque deixou de ser a
moça displicente de antes: vontade de fazer trabalho sério.
Se fosse por Maysa, ela estaria de botas, calça comprida,
camisa e microfone nas mãos, fazendo o show com seu jeito mesmo, displicente e
sem requintes. Mas, como tem espírito de equipe fez via sacra em vários ateliês
de costureiros à procura de um que tivesse estilo simples e fizesse vestidos
sem lantejoulas de cima a baixo. Encontrou Amalfi e firmaram contrato: quatro
modelos diferentes por programa, cada um de acordo com as músicas que Maysa vai
cantar.
O terceiro vídeo tape foi feito na última terça-feira. Com
ele,Maysa terminou a primeira série de programas e já vestiu doze modelos de
Amalfi.
Elegância em equipe
Para a montagem de seus programas, Maysa contratou uma
equipe completa. Estudou-se tudo: cenário, movimentos em cena, luz, música, e a
cantora, principalmente. O resultado foi uma nova Maysa, de compridinho ou
curto, porém sempre a rigor. Isso dá mais trabalho do que parece. Embora fique
quieta para receber sua dose de maquilagem, ela se rebela contra o cabeleireiro
Arnaldo e só a muito custo ele consegue fazer Maysa usar uma das seis perucas
ou o coque com o qual aparece nas fotos. Maysa olha no espelho e enfia os dedos
nos cabelos, embaraçando-os como fazia anos atrás – quando lançou uma moda (ou
gênero) que muita mulher adotou. O maquiador é Juvenal.
Amalfi e os quatro
Amalfi também não tem problemas com Maysa – “ela é um amor”,
com uma única exceção – não quer saber de experimentar os vestidos. Chega,
escolhe quatro desenhos e determina as cores, porque sabe quais os tons que
aparecem melhor na televisão. Na hora de provar, reluta e esquece que alta
costura exige esse sacrifício.
Outro problema é fazer quatro vestidos por semana, o que
pede um ritmo de trabalho bastante rápido. Entretanto, Maysa prefere linhas
simples e o vestido só tem babados quando ela precisa se movimentar em cena ou
a música é muito romântica. Além do mais é radicalmente contra bordados, o que
vem facilitar o trabalho do costureiro. Na moda-show da cantora, o show de
brilho é proibido.
(Reportagem publicada originalmente no jornal O ESTADO DE S. PAULO, em sete de abril de 1966)
Alguém sabe que fim teriam levado esses tapes? Um DVD seria muito benvindo!
ResponderExcluirAcho provável que tenham sido guardados com a própria Maysa, já que nenhuma emissora interessou-se em exibir o material, podem estar entre o espólio da cantora. E como!
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