1 de maio de 2010

Especial: Ne Me Quitte Pas


Por: Marina M.
Revisão de texto: Paola R.


Eis um tesouro raramente lembrado: “Ne me quitte pas” esta composição maravilhosa do belga Jacques Brel foi certamente um dos maiores mitos cantados na voz de Maysa.

Lançada em 1959 a canção teve a maior honra de ser cantada pela primeira vez por ninguém mais ninguém menos que MAYSA. A mistura foi perfeita, letra. sonoridade, interpretação, a intérprete... não haverá ninguém, repito, ninguém capaz de fazer uma interpretação tão profunda, verdadeira e emocionante como a de Maysa.

Maysa cantou pela primeira vez “Ne me quitte pas” em uma casa noturna chamada “La Louisianne” em Paris, enquanto passava uma temporada pelas ruas, conhecendo verdadeiramente e respirando o ar parisiense. A primeira gravação foi em 1961 no histórico LP americano “Sing songs before dawn” lançado nos EUA.

Em 1962 Maysa deixou boquiaberta a platéia da famosa casa de shows francesa “Olympia”. Foi certamente uma de suas maiores emoções; Maysa sabia que era arriscado cantar em francês na França. Sem contar que Jacques Brel estava presente para vê-la e chegou a oferecer a sua orquestra ao ver a dificuldade de Maysa para se acertar com os músicos que iam acompanhá-la; e assim foi feito. E era mais que evidente que seria como sempre: única. Maysa se deixou tocar até a alma, quando tocaram os primeiros acordes ela sentiu a surpresa do público; então fechou os olhos espalmou as mãos sobre o microfone, e lá se abriu, cantou de maneira tão maravilhosa que o público pediu bis por mais duas vezes, ela cantou e encantou por três vezes, e quando a platéia eufórica e começou a aplaudir em pé sem parar, Maysa de ficou absolutamente tomada pela emoção que não conseguiu voltar para agradecer a mais uma salva de palmas, ficou imóvel envolvida nas grandes cortinas vermelhas do Olympia.

Não podia esquecer do antológico show do Canecão em 1969; meu Deus, o que era aquilo?! Maysa simplesmente fatal, magérrima, cabelos longos, com uma saia (que logo seria arrancada pelos dançarinos, mostrando fartamente suas pernas, tirando de vez o fôlego da platéia... bem, mas não posso perder o foco; então, voltando ao Canecão), cantou “Ne me quitte pas”, lógico que eram pouquíssimos os que sabiam o que estava sendo cantado ali em francês; mas isso não limitou a platéia de deixar a música penetrar e fazer com que a emoção tomasse conta. O importante foi que todos sentiram a mensagem passada na música, graças a extraordinária interprete, Maysa.

“Ne me quitte pas” também marcou presença na polêmica apresentação de 1972 na boate Di Mônaco, em São Paulo, onde Maysa terminava de joelhos no palco até ser aplaudida.

Mas o sem duvida alguma, o sinônimo de Maysa e o “Ne me quitte pas” foi o Especial da TV Cultura que foi ao ar em 1975 de Antônio Abujamra. Lá é possível ver Maysa se rasgando de cima a baixo numa interpretação intensa e eterna.

O que pouca gente sabe é que a última música escolhida por Maysa, foi “Ne me quitte pas” que seria cantada por ela na noite anterior do dia se sua morte. Isso tornou a música mais especial do que já era.

Foram tantos os momentos com essa música; como ela mesmo disse ‘Ne me quitte pas’ foi uma constante em minha vida.”

Só nos cabe tentar imaginar o que passava por sua mente cada vez que a cantava. Meu deus, tantas coisas... Ahh, tão lindas!


6 comentários:

  1. Ouvi todas gravações da Maysa para "Ne Me.." e concordo plenamente com o blog sobre a versão do Estudos. Talvez a voz não estivesse tão límpida quanto anteriormente, mas a emoção transbordava pelos poros, pela tela. Música definitiva para Maysa.

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  2. Não sei se conhecem o seguinte vídeo, aproveitem: http://loronix.blogspot.com/2007/07/music-video-maysa-rildo-hora-ultimo.html

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  3. Concordo com você Eliana.
    Conhecemos o vídeo sim! Muito obrigado!

    Equipe blog oficial Maysa.

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  4. Eu ouvie todas as formas em que maysa interpretou Ne me quitte pas e garanto que Maysa foi de fato a mais importante interprete dessa bela canção sem sombra de duvida ela foi a embaixatriz de Ne me quitte pas no Brasil e na america latina também, o que não saiu no texto acima é que a interpretação de Maysa serviu para o filme A Lei do Desejo alguns dizem que a cena antológica do filme acontece quando a música entra na bela voz de maysa, outra ocasião é a abertura de Presença de Anita emocionante ambas...

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  5. E a nota triste é usar as versões de Maysa dessa música para publicar fakes no Youtube dizendo ser interpretação de Édith Piaf, que aparentemente nunca cantou tal música, seria talvez o caso de a família exigir os direitos autorais e chutar esses fakes que se aproveitam da interpretação incrível de Maysa, quem a conhece cantando e ouvir as versões atribuídas à Piaf vai reconhecer imediatamente...

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