17 de agosto de 2010

Coluna: Disco da Semana


Reza 


Gravadora: RCA Victor – Portugal

Ano: 1968
Faixas:
1- Reza (Edu Lobo / Ruy Guerra)
2- Chão de Estrelas (Silvio Caldas / Orestes Barbosa)
3- Tristeza de Nós Dois (Durval Ferreira / Maurício Einhorn / Paulo Sérgio Valle)
4- Dia de Vitória (Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle)

Análise:
No segundo semestre de 1968, foi lançado em Portugal, pouco antes da volta definitiva de Maysa ao Brasil e de uma histórica turnê à Angola, um dos melhores discos estrangeiros de Maysa. Lançado pela RCA Victor lusitana, a capa sóbria trazia uma bela foto de Maysa em P&B, com um semblante triste e olhar vago, os cabelos compridos eram um sinal do novo estilo da camaleoa Maysa.

O disco em si uma das maiores preciosidades da discografia de Maysa. Para começar, o EP (compacto duplo) abria com a animada “Reza” de Edu Lobo e Ruy Guerra, com um maravilhoso arranjo de trombones. A música já havia sido gravada por Maysa em uma versão em espanhol, lançada meses antes em um disco pela RCA Victor espanhola. A próxima faixa era a histórica “Chão de Estrelas” de Silvio Caldas e Orestes Barbosa, que ganhou uma belíssima orquestração e já havia sido registrada no álbum Maysa, Amor...e Maysa, em 1961.

A música seguinte é também uma das maiores preciosidades da discografia de Maysa – a irresistível “Tristeza de Nós Dois” de Durval Ferreira, Maurício Einhorn e Paulo Sérgio Valle; a música de letra belíssima, ainda foi beneficiada por uma orquestração delicada e uma interpretação maravilhosa de Maysa. Por último, o disco encerrava com “Dia de Vitória” de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, uma sutil canção de protesto, música que naquele mesmo ano ficara em quinto lugar nas finais do marcante III Festival Internacional da Canção. Maysa também viria a registra-la ao vivo no ano seguinte em sua antológica temporada na cervejaria carioca Canecão.

Em suma, é um disco incrível. Observa-se uma Maysa em grande forma e de voz madura, beneficiada por uma orquestração delicada. Em Portugal Maysa possuía um público fiel que consumia seus discos continuamente e a reverenciava como a verdadeira cantora que ela era. Por outro lado, ela julgaria o português como o público mais carinhoso de sua carreira e o que mais bem há acolheu. Infelizmente, o compacto duplo português jamais foi lançado no Brasil á exemplo de outros vários discos que a cantora gravou na Europa. Privando assim o público brasileiro das preciosidades da carreira de Maysa no exterior.


Um comentário:

  1. Genteeeeee, este albúm é belíssimo, mesmo, digno de uma análise para o blog...Infelizmente como vcs disseram, não foi lançado no Brasil.... Mas felizmente , hoje, podemos aprecia´-lo e guarda-lo para sempre.... bjos

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