3 de setembro de 2019

Maysa, Malé, moda, mulher - Correio da Manhã, 1972



Maysa, Malé, moda, mulher

     Ouça. Maysa voltou. Voltou não, porque ela nunca saiu. Um dia chegou à procura de amor. Encontrou. Depois largou tudo pela sua arte. E aconteceu. Marcou época na música popular brasileira pela sua suas canções de curtição e dor de cotovelo. Agora procura mais a vida, através das gentes que ela reúne no seu ponto de encontro: a Malé.
     Lojinha nova e bem diferente. Tudo lá é usado. O mais interessante é que você pode trocar as coisas guardadas no baú e levar pra Maysa que ela dá um jeito, isso é uma característica da casa.
     Em termos de moda, a malé não segue. É anti moda mesmo. Tem de tudo. Desde roupas louquíssimas até as super bem comportadas; discos fora de circulação; livros esgotados, mais cadeiras e chapéus. Por exemplo: ninguém sabe como, mas a verdade é que ele está lá, um casaco da guarda real da Inglaterra. Assim como o chapéu de astracã preto que Maysa usou no seu último show. Uma bolsa estranhíssima, toda de pelo de cabrito.
     Para Maysa, a butique foi ótima, “pois dá chance de bater-papo, sem alinhavos, com gente amiga.” A Malé fica na Rua Djalma Urich, 91/409.


 Correio da manhã – Rio, domingo 18, e 2ªfeira 19/06/1972



Fotos de Adalberto: