27 de novembro de 2012

Curiosidades: Maysa e Agostinho dos Santos - "Meu Castigo"


"Meu Castigo"

Agostinho dos Santos e Maysa em fragrante da Revista do Rádio, 1958.

Em 1958, Maysa gravou uma participação na valsa "Meu Castigo" de Onildo Ameida, interpretada por Agostinho dos Santos, declamando um poema de sua autoria. Gravada com acompanhamento da Orquestra RGE regida pelo maestro Enrico Simonetti, o disco foi lançado em 78 RPM pela gravadora RGE, mesma fábrica em que Maysa gravava. Ao que parece, a participação de Maysa não foi creditada no disco.
O registro da récita da cantora em "Meu Castigo", parece ter sido ignorado ao longo dos anos. Tanto é, que  sua participação na música nunca foi incluída em sua discografia oficial. O que pode ser visto como uma preciosidade quase inédita.
Apesar da rara gravação, os versos declamados por Maysa - "Hoje eu estive pensando, longo tempo, sem chorar, sem sofrer também, apesar de pensar em você..." são bem conhecidos do público. Esse poema de autoria de Maysa, seria musicado pelo maestro Simonetti, na canção intitulada "Você", - lançada no disco Convite para ouvir Maysa Nº 4, dali a pouco tempo, em fevereiro de 1959.
Fato quase desconhecido da carreira de Maysa, ouça agora, aqui no blog, essa bela canção. Uma verdadeira joia das carreiras de dois grandes nomes da MPB. Bravo!



16 de novembro de 2012

Imprensa: Maysa e Caubi marcados pelo destino - Revista do Rádio (1958)


Maysa e Caubi marcados pelo destino...


Texto de Borelli Filho · Fotos de Percílio

Eles têm muito em comum. A começar pela idade, que é quase a mesma, indo até as circunstâncias em que alcançaram indiscutível popularidade. Caubi fez o seu nome quase num abrir e fechar de olhos, projetando-se sensacionalmente após os êxitos dos seus primeiros discos. O mesmo aconteceu à Maysa: fez e cantou melodias que logo se converteram em sucessos. Daí por diante, praticamente juntos, ela e ele chegaram ao estrelato. E porque isso aconteceu, ao mesmo tempo foram marcados pelo destino. Não puderam fugir ao aspecto negativo que acompanha todos os vitoriosos, especialmente àqueles que alcançam sucesso em tão pouco tempo. Falam de um e de outro: nunca tantos se preocuparam com tão poucos. Caubi é vítima das calúnias, Maysa é marcada pelos comentários maldosos. Dir-se-ia que é moda falar-se dos dois artistas. Fruto, naturalmente, da evidência que conquistaram.
Um e outro (eles próprios já o confessaram) têm experimentado o sabor amargo das notícias desairosas. Sofreram na marcação impiedosa dos que nada perdoam aos vitoriosos. Tem, agora, uma resistência maior a tudo isso. Mas, ainda não pagaram ao destino o “pecado” de sua popularidade.
Talvez, unidos pelo sofrimento comum (porque os ídolos também sofrem, a par das emoções felizes vividas com os fãs) é que Maysa e Caubi sejam tão amigos. Sabem que ainda não passaram por tudo, que muito lhes falta para fugir à marcação do destino – que é, afinal, o próprio público, representado numa parcela que nada perdoa. Resistiram, e mais do que nunca, lutando contra tudo e contra todos os tabus. Desta vez para a luta que ainda não terminou – mas que os fará vitoriosos.
- Nem a maledicência, nem as calúnias nos farão voltar atrás (dizem, a uma só voz). O destino que nos marcou seguirá o seu caminho, amanhã melhor do que hoje.




5 de novembro de 2012

Imprensa: Maysa abre o seu coração (Revista do Rádio - 1963)


Maysa abre o seu coração


  • Meu nome completo é Maysa Monjardim.
  • Nasci do Rio de Janeiro mesmo.
  • Eis a data do meu aniversário: 6 de junho.
  • Batizei-me na Igreja da Glória, também no Rio.
  • Meus padrinhos de batismo são Jaime Fernandes Figueira e Zina Guaraná Monjardim.
  • Fiz minha primeira comunhão também na Igreja da Glória.
  • Meu padrinho de crisma chama-se Noni Monjardim.
  • Meus pais são Iná e Alcebíades Guaraná Monjardim.
  • Tenho um filho, Jayme, de sete anos de idade.
  • Sou desquitada.
  • Resido em Copacabana, quando estou no Rio.
  • Minha altura é 1,70m.
  • Peso, normalmente, 70 quilos.
  • Meu manequim é de número 46.
  • Meus olhos são verdes.
  • Não conheço nada de política. Portanto, não tenho preferências.
  • Adoto a religião católica.
  • Meu maior desejo, atualmente é... (surpresa!).
  • Eis a minha filosofia de viver: simplesmente viver.
  • Uma coisa que me dá tristeza é gente burra.
  • Torço pelo Botafogo.
  • Minha hora de dormir é esta: quando chega o sono.
  • Tenho um irmão, Alcebíades Figueira Monjardim.
  • Meu santo de devoção é São Judas Tadeu.
  • Meu perfume preferido chama-se "Miss Dior".
  • Não tenho preferência por este ou aquele sabonete.
  • Pasta dentrifícia, idem.
  • Meu coração, biologicamente, vai bem.
  • Sentimentalmente falando, meu coração anda adoravelmente, como sempre.
  • Meu temperamento é... Bem, vocês devem conhecê-lo melhor que eu...
  • Confesso que não tenho boa memória.
  • Todas as orações são minhas favoritas.
  • Gosto dos filmes de Antonioni, Fellini e companhia.
  • A única coisa que sei fazer, fora da vida artística é... Cantar!
  • Minha cor preferida é aquela que esteja de acordo com meu estado de espírito. Mas este sempre muda. E eu também.
  • Quando comecei a cantar, jamais imaginei tornar-me profissional.
  • De todos os países que visitei, o que guardo melhores recordações é do Japão, talvez pelo exotismo oriental.
  • Tenho meus dias de tristeza e de alegria. Quando estou aborrecida, não falo com ninguém.
  • O primeiro presente que recebi foi uma boneca, quando tinha apenas onze anos.
  • O exterior para mim é melhor, artisticamente falando. Principalmente a Europa, onde sempre tive boa acolhida como artista.
  • Acho que o mal desse mundo é que quase todos querem ver os defeitos dos outros, esquecendo-se dos seus. Eu sou o contrário: pouco me importa a vida dos outros. Vivo a minha vida, faço o que bem entendo e acho que estou certa.
  • Engraçado como certa gente fica se metendo com a minha vida. Está certo que me critiquem, porém artisticamente. Mas na minha vida particular, não.
  • Faço sempre o que quero. E não me arrependo. E não tenho de dar satisfações a ninguém, pois sou independente. Tenho profundo respeito pelos meus pais e adoração pelo meu filho.
  • Sou uma mulher que sabe o que faz. A vida é uma passagem. Devemos fazer aquilo que queremos.
  • Sou inteiramente contrária a todo e qualquer convencionalismo. Tudo o que for pré-determinado, terá a minha antipatia.
  • O dinheiro, para mim, é coisa que não ligo muito. O que mais aprecio é ter paz de espírito.
  • Preocupo-me muito com o futuro do meu filho. Tanto que já coloquei em seu nome alguns imóveis que comprei com o dinheiro ganho em atividades artísticas.