12 de dezembro de 2011

Coluna: Disco da semana


Disco da semana

Maysa (compacto duplo)


Ano: 1959

Gravadora: RGE (EP-90.000)
Faixas:
1-    Get Out Of Town (Cole Porter)
2-  Chanson D’amour (Hein Gietz / Kurt Feltz)
3-  Malatia (Armando Romeo)
4-  Uska Dara (Folclore turco)

Análise:
Lançado no começo do ano de 1959, o compacto duplo Maysa, foi o primeiro gravado da cantora exclusivamente de músicas internacionais. Para o apetite do público que gostava de suas interpretações estrangeiras, a cantora ofereceu um leque de canções de vários idiomas. Mas o disco não vinha só com este propósito. Uma de suas motivações era recuperar a boa impressão do público e da crítica após o malogro total do álbum anterior – Convite para ouvir Maysa Nº 3, e também uma forma de satisfazer os fãs sempre ávidos de Maysa.
O disco abre com um clássico de Cole Porter (de quem Maysa era fã confessa)  – “Get Out of Town”, a introdução luxuosa ao piano do maestro Enrico Simonetti (mais uma vez responsável pela regência e arranjos do disco de Maysa), nos remete a um estilo Broadway – refinado e elegante. Maysa interpreta o beguine com maestria e muita sensualidade, impecável.
A seguir vinha à francesa “Chanson d’amour” que ganhou um tratamento extremamente delicado e diferente das gravações habituais, o que a faz se assemelhar bastante a uma canção natalina.
No lado B do disco, estavam “Malatia” e “Uska Dara”. A napolitana “Malatia” primeira era um lançamento recente de grande sucesso e que viria a se tornar um grande clássico da música popular italiana. Cheia de sentimento, é uma canção que se assemelha bastante aos sambas-canção interpretados usualmente por Maysa, o arranjo solitário acentuou muito a interpretação melodramática e quente de Maysa. Por último e para surpresa de todos, Maysa desencavou uma canção popular milenar do longínquo folclore turco: “Uska Dara”. É interessantíssimo ouvir a interpretação – maravilhosa, por sinal – de Maysa para uma canção de um país oriental de um idioma tão distante do nosso, mas o melhor é mesmo o arranjo magnífico do maestro Simonetti com orquestração verdadeiramente soberba.
Este disco é realmente um achado maravilhoso, uma relíquia que nos mostra mais uma vez a pluralidade de Maysa e o seu requinte interpretativo em vários idiomas em que podemos apreciar sua voz, sempre romântica e acima de tudo: originalíssima.

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