30 de setembro de 2013

Imprensa: A nova Maysa de sempre - O Cruzeiro, 05/1969


A nova Maysa de sempre






Texto de AFRÂNIO BRASIL SOARES · Fotos de ROBSON DE FREITAS

O show “Maysa de Hoje” que o Canecão vem oferecendo a seus freqüentadores, está se constituindo num dos maiores êxitos que a popular cervejaria já promoveu desde sua criação. Na noite de estreia, sexta-feira última, 1.200 pessoas, que lotavam todas as dependências da casa, aplaudiram de pé a excelente cantora, que teve de voltar oito vezes, ao encerrar-se o espetáculo, para agradecer a euforia dos fãs mais entusiasmados. Maysa está demais. Seus famosos olhos verdes reluziam sob a luz do spotlight, enquanto seu repertório de canções se sucedia num crescente de agrado. Cada vez que uma nova canção era iniciada, entoada pela sua voz quente e seu tom coloquial, as palmas prorrompiam, em, delírio. Às vezes, a plateia parecia tomada por um frenesi coletivo. Em bossa 1969, Maysa reviveu os grandes momentos de sua carreira, interpretando velhos sucessos como “Ouça”, “Meu Mundo Caiu”, “Chão de Estrelas”, “Dindi”, “Eu e a Brisa”, “Canto de Ossanha”, “Se Todos Fossem Iguais a Você”, alternando-os com canções do momento, como foi o caso de “Novo Amor”, de Roberto Carlos, que ela interpretou vestindo uma minissaia preta transparente. Cantora de recursos múltiplos, a parte internacional do show foi um dos pontos altos, quando, como não podia deixar de acontecer, Maysa interpretou, com aquela expressão que a caracteriza, o “Ne Me Quitte Pas” de Jacques Brel. Nino Giovanetti, que a dirigiu, inovou muitos lances, dando maior grandiosidade às possibilidades de Maysa. A mudança de trajes em cena aberta está esplêndida. Por falar em trajes, Maysa veste, inicialmente, uma pantalona preta de cetim com túnica preta transparente. Em seguida, surge com uma túnica branca longa. Retira o manto e aparece com a minissaia negra transparente, ultra-sexy. Enquanto canta, veste por sobre a minissaia um longo branco. Quando interpreta e termina o “Dia das Rosas”, a plateia começa a perceber o fim do espetáculo e passa a aplaudi-la de pé, enquanto forma o coro: “mais um, mais um, mais um”. Ao descer o pano, a plateia não se conforma. As palmas não cessam e Maysa, oito vezes seguidas, tem de voltar para cantar trechos de canção e agradecer a ovação monstro. Sem dúvida, uma temporada para ficar na memória de quantos viram o show. Um show preparado para ser visto muitas e muitas vezes, com Maysa, desta vez, em versão cinemascópica. 


(Reportagem publicada originalmente na revista O CRUZEIRO, em maio de 1969)

2 comentários:

  1. O google me disse que cinemascópica vem de Cinemascope que é uma técnica de filmagem, por favor me diga que existe um vídeo desses shows.

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  2. Ana Beatriz, se existem vídeos desse show, infelizmente eu desconheço.

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