Os 5 melhores discos de Maysa
Olá, hoje trago a vocês uma lista com os 5 melhores discos de Maysa sob minha ótica. Levando em consideração critérios de qualidade técnica e vocal (entre outros), formulei uma lista com os seguintes álbuns:
1- Ando só numa multidão de amores (1970)
1- Ando só numa multidão de amores (1970)
Ando só numa multidão de amores, pode ser definido como a maior jóia da discografia de Maysa. O disco em si era realmente anticomercial pelo excesso de regravações, mas é um disco que apresenta uma qualidade técnica e vocal surpreendente, algo único que Maysa jamais havia feito e nunca mais faria novamente. Além de um repertório bem esc0lhido, o que chama a atenção é a segurança e as diferentes nuances da voz grave e rouca de Maysa, que em algumas faixas como “Chuvas de Verão” e “Quando Chegares” abusa da sensualidade e do intimismo. Tudo isso aliado aos arranjos e a orquestração de Roberto Menescal e Luiz Eça conferiram uma atmosfera intimista, e um caráter arrojado e extremamente moderno ao disco, um verdadeiro marco na carreira de Maysa. Por isso, ouso dizer que este disco lançado pela Philips em 1970 é um dos melhores álbuns já gravados no Brasil até hoje.
Faixas:
“Molambo” / “Yo Sin Ti” / “Me Deixe Só” / “Chuvas de Verão” / “Três Lágrimas” / “Assim Na Terra Como No Céu” / “Eu” / “Suas Mãos” / “Bonita” / “Resposta” / “Que Eu Canse e Descanse” / “As Praias Desertas” / “Quando Chegares”
2- Maysa (1966)
Um disco absolutamente grandioso. Só por isso, ele merece figurar na lista dos melhores discos de Maysa. Mas o álbum Maysa de 1966 (seu único LP na RCA Victor) surpreende pelo nível vocal de Maysa – em seu esplendor. O disco faz jus aos 10 anos de carreira da cantora – comemorados a época, e encanta por todo seu esplendor. Talvez, este seja o disco em que Maysa mais expõe sua versatilidade – da balada jazzística “Just in Time” ao samba clássico “Tristeza”, passando pelo maior afro-samba de Baden e Vinicius: “Canto de Ossanha”. O disco, que ganhou arranjos dos maestros Erlon Chaves, Chico de Moraes e Oscar Castro Neves tem inflexões jazzísticas (“Fantasia de Trombones”, “Just in Time), samba (“Tristeza”, “Canto de Ossanha”) e balada romântica (“As Mesmas Histórias”, “Ne Me Quitte Pas”). Na época de seu lançamento, foi tido como o álbum mais grandioso já produzido no Brasil. E de fato era!
Faixas:
Pot-Pourri: Fantasia de Trombones – “Demais” –“Meu Mundo Caiu” – “Preciso Aprender a Ser Só” / “Canto Livre” / “Just in Time” / “Canto de Ossanha” / “As Mesmas Histórias” / “Ne Me Quitte Pas” / “Tristeza” / Pot-Pourri: Fantasia de Cellos – “Primavera” – “Valsa de Eurídice” - “Canção do Amanhecer” / “Canção Sem Título” / “Morrer de Amor”
3- Convite para ouvir Maysa Nº 2 (1958)
Um disco absolutamente irretocável. Assim, Convite para ouvir Maysa Nº 2 foi descrito a época de seu lançamento em 1958. O terceiro álbum de Maysa na gravadora RGE, e também seu primeiro LP de 10 polegadas (formato clássico de 6 músicas de cada lado), já encanta pela primorosa capa. A foto fora emprestada de uma célebre capa da revista O Cruzeiro daquele mesmo ano, mas pro dentro, o disco guardava imensa surpresa. Um repertório escolhido com primor, 4 novas composições de Maysa e 7 outras interpretações, todas orquestradas pelo maestro Enrico Simonetti, que também assinava os arranjos e a regência do disco. Ali estava a canção “Meu Mundo Caiu”, tida como o maior sucesso de toda a carreira de Maysa, além de outras canções que se tornariam clássicos, como – “Por Causa de Você”, “Bronzes e Cristais”, “Bom Dia, Tristeza”, “Felicidade Infeliz”, “Bouquet de Izabel” e “Diplomacia”. Todas as faixas do álbum alcançaram imenso sucesso, o disco começou a bater sucessivos recordes de vendas e automaticamente Maysa foi alçada ao posto de melhor cantora de 1958, além de o próprio disco ter sido escolhido o melhor álbum daquele ano. E sem dúvidas, um disco histórico para a música brasileira.
Faixas:
“Meu Mundo Caiu” / “No Meio da Noite” / “Bronzes e Cristais” / “Por Causa de Você” / “Bom Dia, Tristeza” / “Felicidade Infeliz” / “Bouquet de Izabel” / “Mundo Novo” / “E a Chuva Parou” / “Caminhos Cruzados” / “Meu Sonho Feliz” / “Diplomacia”
4- Barquinho (1961)
O álbum Barquinho de 1961 é uma verdadeira relíquia da música brasileira. Um dos primeiros – e melhores – discos de Bossa Nova já feitos no Brasil. Produzido por Ronaldo Bôscoli, o disco contou com arranjos de Roberto Menescal e Luiz Eça, além do acompanhamento de Hélcio Milito, Bebeto Castilho e o próprio Luiz Eça, que poucos anos depois viriam a formar o famoso Tamba Trio. Em seis faixas Maysa foi acompanhada pela orquestra Columbia, e em outras seis, por pequeno conjunto (Roberto Menescal, Bebeto Castilho, Luiz Carlos Vinhas e Hélcio Milito). O disco foi um verdadeiro marco na carreira de Maysa, não só por representar uma comunhão com a Bossa Nova, mas representava também um novo jeito de cantar, novas nuances, novos contrastes, o verdadeiro ritmo da inovação. É maravilhoso descobrir novas nuances da bela voz de Maysa, principalmente em um novo gingado como observamos nas faixas – “O Barquinho”, “Você e Eu”, “Recado a Solidão”, “Errinho à Toa” e “Eu e o Meu Coração”. Seu êxito ou não, não interferem no que ele de fato é: um álbum histórico para a MPB.
Faixas:
“O Barquinho” / “Você e Eu” / “Dois Meninos” / Recado à Solidão” / “Depois do Amor” / “Só Você” (Mais Nada) / “Maysa” / “Errinho à Toa” / “Lágrima Primeira” / “Eu e o Meu Coração” / “Cala Meu Amor” / “Melancolia”
5- Maysa sings songs before dawn (1961)
Uma relíquia, um tesouro. Em todos os sentidos. Um álbum tão raro e precioso, que se tornou praticamente um objetivo mítico, verdadeiramente mitológico. Maysa sings songs before dawn foi gravado nos estúdios da Columbia Records norte-americana, no inverno de 1960 em Nova York, durante a temporada de Maysa nos Estados Unidos. Somente a proposto inicial do disco é digna de nota, afinal, uma cantora brasileira no início dos anos 60, que chega aos Estados Unidos contratada pela poderosa Columbia Records, para gravar um disco em solo americano usufruindo todos os requintes de estrela de primeira grandeza, é realmente de se admirar. O repertório do disco é basicamente formado por canções estrangeiras, principalmente releituras de grandes clássicos, como – “You Better Go Now”, “The End Of a Love Affair”, “Mean To Me”, “I’m a Fool To Want You e “The Man That Got Away”. Músicas do repertório de grandes estrelas como Billie Holiday, Judy Garland, Chet Baker e Frank Sinatra. Maysa também é acompanhada pela orquestra de Jack Pleis. O álbum em si, também representa um enorme avanço em relação aos anteriores. Arranjos primorosos e delicados, aliados a uma orquestração sofisticada privilegiaram – e muito – a voz de Maysa. O disco brilha pela qualidade técnica e sua versatilidade foi explorada ao máximo em quatro idiomas. Desgraçadamente, Maysa sings songs before dawn jamais foi lançado no Brasil, tornando-se lenda e objetivo de desejo dos mais aficionados colecionadores.
Faixas:
“You Better Go Now” / “Something To Remember You By” / “The End Of a Love Affair” / “A Noite do Meu Bem” / “If I Forget You” / “Ne Me Quitte Pas” / “When Your Lover Has Gone” / “Mean To Me” / “The Man That Got Away” / “Autumn Leaves” / “I’m a Fool To Want You” / “La Barca”
Gostei da lista, porém o disco de 74 ainda é o meu preferido ;D.
ResponderExcluirSó uma coisa, ali no disco 3 da lista é o Convite para ouvir Maysa Nº2 e não Nº3.
Se alguém tiver e quiser me mandar álbuns dela por e-mail, vou ficar extremamente grato e feliz. Quantos e quais quiserem, perdi minha discografia dela e não encontro mais álbum algum para download. Meu e-mail é: pgfdo@live.com
ResponderExcluirGrtidão desde já :)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirConcordo, esses álbuns são perfeitos! Eu ainda adicionaria o Voltei e o Maysa, Amor e Maysa, obras primas
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